Os saltos são necessários no parkour? Então esse foi o assunto abordado que o Alberto Brandão comentou no papo de homem, ele deu dicas de como fazer e o que fazer em caso de saltos sobre telhados, espero que ajude os que estão começando, ou até mesmo quem já treina e não se arrisca muito no assunto saltos distantes.
Não sei qual sua profissão nem quais situações ou confusões você ainda vai encontrar, mas imagine-se em um cenário extremo. Um ninja correndo atrás de você em cima de um prédio e sua única alternativa é saltar de um telhado para outro: o que faria?
Não vivemos uma situação dessas sempre e provavelmente você nunca vai precisar desse tipo de habilidade na vida real. A não ser que encontre um marido bem nervoso e precise sair pela janela, essas situações serão completamente fictícias.
No Parkour, treinamos baseados no extremo, na possibilidade de uma fuga ou situações que exijam tais habilidades. Como nas artes marciais, não aconselhamos ninguém a reagir a um assalto ou brigar na rua, mas é melhor adquirir o conhecimento para não ser pego de surpresa.
Avalie o risco
Com algum tempo de prática em saltos, afere-se a avaliação da distância entre você e o outro ponto para calcular exatamente a distância do salto e definir se consegue chegar ao outro lado.
Levando em consideração minha experiência, posso dizer que na maioria dos casos uma pessoa sem treino específico consegue saltar de 6 a 8 pés (não a medida, mas os seus próprios). Com treino, essa média sobe para 9-11 pés. Correndo, essas distâncias podem aumentar: pessoas sem experiência chegam a 10 pés, praticantes a 15.
Salte
Para conseguir mais distância, é extremamente necessário usar o corpo inteiro para gerar uma quantidade maior de momentum. Como estará correndo, não faz sentido parar e pular: quando chegar na ponta, dê um último passo saltando e jogue braços e pernas a 45 graus para gerar momentum e fazer que o corpo vá o mais longe possível.
No alto, agrupe os joelhos o mais alto possível, isso vai fazer com que seu corpo tenha menos resistência ao ar e vá mais longe. Olhe fixamente para onde vai aterrissar. Seu corpo entende muito bem onde está mirando, você vai se impressionar.
Aterrisse
Para decidir como fazer o contato com o chão, é necessário que saiba avaliar exatamente como foi o salto. Se o salto foi para o mesmo nível, você seguramente chegará ao outro lado e continuará correndo como estava antes. No caso de desníveis, de um lugar mais alto para um baixo, você vai precisar avaliar a distância do salto, e a força em que o corpo está caindo.
Uma queda de 2,8 metros de altura vai gerar um impacto em torno de 1 tonelada nas pernas, o que logo apresenta uma necessidade de fortalecimento caso queira se aventurar nesse tipo de salto com frequência, a solução para isso é se impulsionar mais pra frente, criando uma força que facilite a execução de um rolamento, o que diminui a o impacto consideravelmente.
E se não conseguir?
Se você não conseguir chegar do outro lado, existem algumas alternativas que podem ajudar a não se dar tão mal assim. A primeira delas é tentar executar o que chamamos de Saut de Bras (ou cat leap): segurar do outro lado com as mãos.
Caso bata na ponta e caia pra trás, evite apoiar as mãos no chão, pois sua bunda dói menos do que um punho fraturado. Encoste o queixo no peito para evitar que a cabeça bata no chão num efeito chicote e deixe o corpo rolar pra trás:
Papo sério
Tudo isso é bem simples de aprender, mas exige um certo treino e uma grande quantidade de repetições até se tornar natural – tudo feito de forma gradativa, aumentando a distância e a altura. É necessário também um trabalho de fortalecimento específico para evitar lesões. O estresse causado pelo impacto pode facilmente destruir seu corpo em pouco tempo, caso faça sem um cuidado e um preparo certo.
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